sexta-feira, 27 de março de 2009

Trechos da Carta ao Eleito

Somewhere, 19 de março de 1912.
[...] e, quando você tiver o poder, não esqueça deste lugar. Foi aqui que me criei e sei que aqui também você me viu crescer.
Peço que você ignore os anos perdidos e que a sua atenção se volte para o por vir. Nós sabemos que é um lugar simples, porém promissor.
Saia pelas ruas, visite as obras, alcance os becos e vielas das periferias, passeie pelo centro e remova o lixo que tomou as ruas, retire os entulhos, restaure o brilho das calçadas e praças, acenda os lampiões e troque as lâmpadas dos postes. Traga a vida de volta a este lugar mais uma vez. Mas por favor, entenda que são apenas considerações e não ordens.
Lembre-se dos jardins e praças, faça brotar flores e crescer árvores. Que os ventos soprem de todos os lados.
A propósito, um amigo me disse que você é bastante generoso e que ajudaria os mais neecessitados, que assim seja. Mais uma vez quero deixar claro e sem querer ser intransigente, são apenas reivindicações e não ordens.
Você ganhou a disputa, já tem o mandato. A cidade está em suas mãos.
Sei que minha gestão não seria das melhores, como tem sido em todos esses anos - quase beirando o caos.
Reconheço, também, a tua vitória com honras e méritos - a garrafa é para recordação, safra de 1797, a melhor do séc. XVIII, é legítima.
Tenho consciência de que a minha terra será bem administrada. Que fique bem claro, não tenho reservas contra ti, e apesar de ter sido seu adversário, você sempre foi bem melhor mesmo.
Ainda sendo indigno de entrar em sua sala através desta, agradeço a atenção.
Do seu mais novo amigo.


pablo b.
blow+mind

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